José Campos Barreto, Zequinha, nasceu em Brotas de Macaúbas, Bahia, em 02 de outubro de 1946, e em 2020 faria 74 anos. Seus pais foram José de Araújo Barreto, um agricultor e comerciante próspero de Brotas, e Adelaide Campos Barreto, doméstica. Além de Zequinha, o mais velho de todos, a família tinha mais 6 irmãos, Olderico Campos Barreto, preso e torturado pela ditadura militar em agosto de 1971, sobreviveu aos ‘anos de chumbo’ e atualmente reside em sua terra natal, na Bahia; Otoniel Campos Barreto, que morreu assassinado pela repressão da ditadura em agosto de 1971, poucos dias antes de seu irmão Zequinha; Olival Campos Barreto, ‘Divá’, que ainda menino na Bahia, sobreviveu à invasão de sua casa na mesma ocasião, e que atualmente vive em Osasco, São Paulo; Maria Dolores de Campos Barreto, que também vive em Osasco; Ana Campos Barreto, que reside no bairro de Santo Amaro, na Capital; e Edinalva Campos Barreto, que vive na Europa.
Quem era o menino José, e como se tornou “Zequinha”
Aos 12 anos de idade, Zequinha ingressou no Seminário, um desejo de seu pai que o queria como Padre. O menino não foi consultado sobre o assunto, e seguiu resignado para o seu destino. Muito religioso, seu pai costumava dizer que “a gente nasceu pra ser Santo, não pra ser gente”. O Seminário ficava em Garanhuns, Pernambuco, e Zequinha passou a ver seus familiares apenas nos finais de ano.
Em 1964, aos 17 anos, Zequinha abandonou o Seminário e voltou para sua casa. Ele já se tornara uma liderança em sua família e na sua comunidade. Participava da vida cultural da cidade e da região, mas sem ter contato com organizações camponesas ou estudantis. Adquiriu uma oratória própria do Seminário, mas já discutia a “Aliança para o Progresso”, um programa estadunidense (de antes da Ditadura) de ajuda aos países mais pobres. Acontece que os produtos (alimentos, mantimentos em geral) deveriam ser distribuídos gratuitamente aos flagelados da Seca, mas muitos ‘coronéis’ do Nordeste desviavam os produtos e os vendiam. Zequinha, por este motivo, passou a lutar para que as embalagens destas doações viessem com inscrições proibindo a venda e a frase: “Distribuição Gratuita”.
Mas Zequinha ainda não havia tido contato com as idéias socialistas. Um comerciante de sua cidade dizia-se ‘teórico’ do socialismo. Quando Zequinha começou a voltar-se para as idéias socialistas, convidou o comerciante a ‘partir para a prática’, mas não foi atendido.
No ano de 1964, após abandonar o Seminário, Zequinha passou a trabalhar com seu irmão, Olderico, em diversos acampamentos de mineração como garimpeiro. A empreitada não deu certo, e Zequinha mudou-se para São Paulo, onde tinha parentes em Osasco.
Em Osasco, Zequinha serve o Exército e inicia a militância de Esquerda
Zequinha Barreto chega a São Paulo em 1964 e fixa residência em Osasco, na região metropolitana. Naquele mesmo ano, Zequinha Barreto cumpriu o serviço militar obrigatório no exército, sendo promovido a Cabo. Seu serviço militar foi prestado no forte de Quitaúna, em Osasco.
Em 1965 iniciou contatos com os movimentos de operários e estudantes da cidade, que eram muito avançados para a época. Apesar da recém-instalada ditadura militar, os jovens e operários de Osasco viviam em plena efervescência política. Zequinha gostava de música e sempre saía acompanhado de seu pequeno violão azul, animando os grupos de estudantes que conhecia. Em 1966, já trabalhando como operário em Osasco, entrou para o movimento estudantil, ajudando a fundar o CEO (Círculo Estudantil Osasquense), no qual chegou à presidência, além de participar de um grupo de teatro amador. Era um símbolo da aliança operária/estudantil.
Para sobreviver, trabalhava na Cobrasma, uma fábrica com alto grau de politização de seus trabalhadores. Ali, logo integrou-se à Comissão de Fábrica, da qual José Ibraim era seu presidente.
Começa a militância de Zequinha em grupos de resistência à ditadura
Na fábrica, foi um dos líderes da Oposição Sindical que levou José Ibraim à presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, juntamente com os companheiros da FNT (Frente Nacional do Trabalho), impondo uma fragorosa derrota aos ‘pelegos’. Era o ano de 1967, e a ditadura militar começava a recrudescer.
Convidado por José Ibraim e outros líderes da esquerda sindical, Zequinha passou a manter contato com Organizações socialistas, como a Colina (de Minas Gerais), através do militante Jorge Batista, de membros da dissidência da POLOP (Organização Revolucionária Marxista Política Operária), e da ALN (Aliança Libertadora Nacional), de Carlos Marighela.
Aos poucos, quase todos os líderes operários e estudantis de Osasco, inclusive Zequinha Barreto, já se agrupavam dentro da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária).
É preciso acrescentar aqui uma informação histórica de grande importância. Em 1968, com o alto grau de organização dos estudantes e trabalhadores de Osasco, o regime militar começa a justificar o período da ditadura batizado como “Anos de Chumbo”. Numa manifestação da UNE no Rio de Janeiro, o estudante Édson Luiz foi assassinado, gerando grande revolta no meio estudantil e democrático. Os protestos nos funerais daquele jovem, acabaram causando uma grande manifestação em Osasco. Era o mês de março, e a repressão se intensificava. Na passeata de Osasco, Zequinha Barreto e outros líderes da juventude da época, como Roque da Silva, ostentaram na frente uma bandeira dos ‘Vietcongues’, a milícia comunista armada do Vietnã do Norte que lutava contra o governo do Sul (os sul-vietnamitas recebiam o apoio da CIA e do exército dos EUA). O Exército ficou revoltado e oficiais da época chegaram a exigir autorização para prender todo mundo. Até a cassação do prefeito do MDB teria sido cogitada. O estudante Roque, que era assessor da prefeitura, indicado pelo movimento estudantil, foi demitido a mando do exército, e os estudantes romperam relações com o prefeito.
1º de Maio de 1968 na Sé: fogo no palanque do Governador
Após estes eventos, veio o 1º de Maio que marcou a história de Osasco, de São Paulo e do País. Decididos a repudiar a ‘festa’ que a ditadura e o governador biônico Roberto Costa de Abreu Sodré haviam preparado em conjunto com os sindicatos pelegos, os estudantes e trabalhadores de Osasco realizaram uma ação de sabotagem da festa preparada pela ditadura na Praça da Sé. Escondidos entre os demais trabalhadores presentes ao evento, o grupo de Osasco, acompanhado por outros membros da Oposição Sindical em São Paulo, iniciou um tumulto em frente ao palanque, quando o governador já estava no local. Abreu Sodré, seus assessores, os sindicalistas pelegos e até a polícia, foram todos expulsos do palanque, que em seguida foi destruído. O governador foi atingido por uma pedrada na cabeça e saiu sangrando do local, socorrido por assessores e policiais, sob vaias dos trabalhadores. Em passeata, liderados por Zequinha Barreto, José Ibraim e outros, mais de 1.500 trabalhadores e estudantes, rumaram em passeata, da Sé à Praça da República. No caminho, gritavam as palavras de ordem: “Abaixo a Ditadura” e outras expressões contra o regime militar. Várias fachadas de Bancos e empresas estrangeiras foram destruídas com pedradas.
Ao chegar na República, o grupo ouviu vários discursos. O mais inflamado foi Zequinha Barreto, um dos primeiros a falar abertamente, em público no Brasil, conclamando os trabalhadores e estudantes do País a enfrentarem a ditadura através da luta armada. Naquela época, Zequinha já tinha uma vida dupla, exercendo algumas atividades na clandestinidade, como a preparação da grande greve dos trabalhadores de Osasco, que seria realizada pouco depois.
A grande Greve de Osasco, em 1968
No dia 16 de julho de 1968 era deflagrada, às 8h45, a greve dos operários de Osasco. Zequinha, que trabalhava na Cobrasma, era um dos líderes do movimento. Braseixos, Lonaflex, Barreto Keller, Fósforos Granada, Brown-Boveri e outras empresas também pararam as máquinas. Os trabalhadores ocuparam as fábricas e se prepararam para resistir.
No mesmo dia, a Força Pública (PM) foi chamada e, com a ajuda do 2º Exército, cercou as fábricas, exigindo a retirada dos trabalhadores. Zequinha foi um dos últimos a resistir, acabando preso. Ele ainda tentou dissuadir os soldados a não invadirem a fábrica, fazendo discursos sobre a luta de classes e que os militares também eram filhos de trabalhadores, pregando a desobediência dos praças a seus oficiais. Não adiantou. Com rajadas de metralhadoras e bombas de gás, aquela e as outras empresas foram sendo desocupadas.
Em entrevista ao Boletim Unidade e Luta, muitos anos depois, sobre a greve da Cobrasma, Zé Ibraim declarou: “O Barreto aproximou-se da cerca e fez um discurso para os soldados, conclamando-os a não acatar as ordens, a não reprimir os trabalhadores. Foi uma cena impressionante, toda a massa se colocou atrás dele e os soldados vacilaram. A oficialidade da Força Pública teve que usar a firmeza para faze-los avançar (…). Houve muito combate corpo a corpo, os operários estavam dispostos a brigar (…). O Barreto foi preso quando estava dirigindo a fuga. Ele havia se transformado no cabeça do movimento na Cobrasma, atraindo sobre si a atenção da polícia. Junto com os outros companheiros, estava dando cobertura a um grupo de operários quando apareceu o pelotão da Força Pública. Então o Barreto acendeu uma tocha, correu para perto do depósito de gasolina e gritou: ‘ – Ou vocês param ou vai todo o mundo para o inferno’. O pelotão parou e todos conseguiram escapar. Ele pulou o muro por último, mas foi preso do outro lado, porque a Força Pública já tinha se mobilizado para agarrá-lo”.
Da fábrica, Zequinha saiu diretamente para a prisão, sendo fichado pelo DEOPS e permanecendo preso por 98 dias, sofrendo torturas para entregar os nomes dos organizadores da greve. Torturas em vão. Zequinha não entregou nenhum companheiro, suportando as torturas e o período de mais de três meses de prisão.
Em outubro de 1968, após sair da prisão, Zequinha Barreto e José Ibraim escreveram um texto sobre o balanço da greve de julho em Osasco. No final, a reflexão é encerrada com os seguintes dizeres: “Esta é a experiência dos trabalhadores de Osasco. O objetivo deste documento é fornecer dados de análise a toda a vanguarda revolucionária brasileira, na luta pela transformação social, pelo socialismo”.
Uma vida simples, e muito amor em família
Os grandes amigos de Zequinha Barreto, foram sem dúvida seus irmãos Olderico e Otoniel Campos Barreto. Otoniel morreu na ‘Operação Pajuçara’n (1971), um cerco comandado pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury e pelo coronel Newton Cerqueira na Bahia (terra de Zequinha), e Olderico, apesar de ferido gravemente e preso, sobreviveu.
Olderico era dois anos mais novo que Zequinha, e até hoje dedica parte de seu tempo a honrar e lembrar a vida de seu irmão. Quando crianças, Zequinha sempre protegia o mais novo. Ambos tinham de cumprir tarefas duras de adultos, como cuidar da roça e do gado, desde a madrugada até o anoitecer. Quando Zequinha, aos 11 anos, era castigado nas mãos, Olderico, de apenas 9, também oferecia suas mãos para o castigo. Desta forma, seu pai acabava abandonando o castigo.
Certa ocasião, quando um cavalo da família fugiu sertão adentro à noite, Zequinha desesperou-se, pois sabia que ele e seu pequeno irmão seriam castigados se o animal não fosse resgatado, além de ser muito importante para a lida no campo. Mandou Olderico voltar para casa, e partiu sozinho em busca do cavalo. Andou mais de 10 quilômetros, e por volta da meia-noite, quando toda a família e vizinhos já o procuravam desesperados, apareceu Zequinha, montado no cavalo, entrando pelo sítio da família. Olderico, ao lembrar deste episódio, chega às lágrimas ao afirmar: “Naquela noite, meu pai não nos castigou, e o Zequinha foi recebido com alívio e respeito de todos. Ele já era um homem, e tinha só 11 anos de idade”. Em Osasco, Zequinha foi muito amigo de José Ibraim, de Roque da Silva e muitos outros companheiros. Na clandestinidade, conheceu o capitão Carlos Lamarca, por quem nutria grande admiração, mas com quem conviveu por pouco tempo.
Zequinha e o lendário Capitão Lamarca: juntos, o destino de ambos foi selado
Segundo o irmão sobrevivente de Zequinha, Olderico Campos Barreto, em entrevista ao Instituto Zequinha Barreto (21/04/05), Lamarca já estava na clandestinidade, em plena luta armada, quando entra em contato com Zequinha Barreto pela primeira vez. Ambos já eram procurados pelos órgãos de repressão como ‘terroristas’. O Capitão Carlos Lamarca havia levado de seu próprio quartel, no forte de Quitaúna, uma Kombi cheia de armas e explosivos, após sair fardado da unidade, sem levantar suspeitas. Mergulhou na guerrilha e passou a ser o inimigo número um do exército e da ditadura, considerado o maior traidor das forças armadas, que devia ser caçado e morto a qualquer custo.
Segundo Olderico, “o saldo de 68, 69 e 70, era só perda; e quando Lamarca passa a querer repensar esse movimento, e encontra organizações como a ALN (Aliança Libertadora Nacional), que insistia num processo de luta armada, é que eles vão se encontrar no MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), o Larmarca e o Zequinha. E dessa discussão, eu comecei a participar dela. O MR-8, que tinha este nome em homenagem a Che Guevara”. Olderico afirma que da terceira reativação do MR-8 participam Zequinha e Lamarca, onde permanecem até a morte de ambos na localidade de Pintadas, em Brotas de Macaúbas, no sertão baiano, em 1971.
Lamarca, que havia ‘rachado’ com a ALN por entender que as ações armadas não deveriam ser o único objetivo da luta revolucionária, fica isolado no novo MR-8, juntamente com Zequinha Barreto e outros companheiros. Com o cerco militar cada vez maior, Lamarca e Zequinha saem disfarçados de São Paulo em direção à Bahia, na terra de seus pais, para rearticular a luta contra a ditadura, já que ambos se recusavam a exilar-se fora do País.
Zequinha propõe à organização (MR-8) a realização de um trabalho político junto aos camponeses de sua terra natal, Buriti Cristalino (em Brotas de Macaúbas), com vistas à implementação da guerrilha rural. Juntam-se a ele seus irmãos Otoniel e Olderico, assim como Luiz Antonio Santa Bárbara, João Lopes Salgado e o Capitão Carlos Lamarca.
A decisão de ficar no Brasil e lutar até o fim, selaria o destino de todos, bem como da organização política que abraçaram. Conseguiram permanecer anônimos por algum tempo, mas logo alguns caboclos denunciam a presença estranha às forças militares da Bahia.
Em contato com o exército e o DEOPS de São Paulo, foi montada uma ação secreta da repressão, chamada ‘Operação Pajuçara’, para esmagar o MR-8 e matar o Capitão Lamarca. Nesse período, Zequinha permaneceu o tempo todo ao lado de Carlos Lamarca.
Em 28 de agosto de 1971, o temido delegado da repressão, Sérgio Paranhos Fleury e seus comandados, cercam a cidade de Brotas de Macaúbas. Tentam invadir a casa da família Barreto atirando com fuzis e metralhadoras. Olderico é ferido gravemente na mão e na cabeça. É feito prisioneiro, juntamente com seus irmãos. Outros são assassinados. O pai, José Barreto, um homem idoso, é barbaramente torturado para entregar o local de esconderijo de Zequinha e do Capitão Lamarca. Vendo a cena, outro irmão, Otoniel se desespera pelo sofrimento do pai e decide fugir. Apodera-se de uma arma, dispara contra os soldados e tenta correr em direção ao esconderijo para alertar o irmão e Lamarca, mas é ferido mortalmente com um tiro nas costas. A ação e os tiros alertam Zequinha e Lamarca, que se embrenham no sertão e conseguem fugir do cerco.
20 dias depois, em 17 de setembro de 1971, o Exército consegue encontrar, cercar e matar a tiros o Capitão Lamarca e José Campos Barreto. Os corpos foram expostos como troféus e levados pelo exército num helicóptero. A repressão acabou, seus personagens esquecidos. Mas Carlos Lamarca e Zequinha Barreto, morto aos 26 anos, jamais serão esquecidos, como verdadeiros heróis da luta pelo socialismo e pela liberdade no Brasil.
Nasce o Instituto Socialismo e Democracia José Campos Barreto
O Instituto José Campos Barreto (Zequinha Barreto) é o resultado das aspirações de ativistas dos movimentos populares, sindicatos (particularmente o Sindicato dos Químicos de Osasco e o Sindicato dos Bancários – Sub-Sede Osasco), estudantes, militantes de esquerda, que se reuniram para criar um espaço amplo de debates, estudos, pesquisas e divulgação dos ideais socialistas e democráticos, visando elevar a consciência do povo. Foi fundado em 14 de junho de 2003, e está instalado junto à Sub-Sede do Sindicato dos Químicos Unificados de Campinas, Osasco e Vinhedo, no Bairro Km 18, em Osasco-SP.
O Instituto é Organizado através de 13 membros de uma Coordenação, composta por militantes com tradição nos movimentos sociais, apoiados pelo Conselho Deliberativo, uma espécie de ‘Assembléia’ permanente, da qual participam dezenas de militantes.
O Instituto Zequinha Barreto tem dedicação especial à recuperação da memória e história das lutas populares e socialistas da região e do País, especialmente a memória do militante revolucionário José Campos Barreto, além de toda uma geração de lutadores sociais que ajudaram a derrubar a ditadura e construir os principais instrumentos de luta dos trabalhadores.
O Instituto é também um espaço dedicado à formação política, no sentido de preparar os trabalhadores e estudantes com embasamento teórico para a atuação prática em inúmeras fontes de lutas e movimentos.
Como um Instituto Socialista, ele é aberto ao debate contemporâneo de idéias, à discussão de temas prementes e centrais da conjuntura nacional e internacional. Sua atuação, mesmo tendo como referência organizativa a região (Oeste da Grande São Paulo), é irrestrita, no sentido de que a defesa do socialismo é antes de tudo, uma luta internacional.
*Márcio Amêndola de Oliveira – Jornalista e Historiador
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